The fury of sunsets
Poema de Anne Sexton traduzido por Ana Lúcia Franco
SEGUNDA EDIÇÃO
9/7/20251 min read
A fúria dos pores-do-sol
Algo
frio está no ar,
uma aura de gelo
e apatia
Todos os dias construí
um tempo meu e agora
o sol afunda-se para
o desfazer.
O horizonte sangra
e chupa o seu polegar
o pequeno polegar vermelho
desaparece.
E eu me interrogo sobre
este tempo comigo,
este sonho que vivencio.
E podia comer o céu
como uma maçã
mas prefiro
perguntar à primeira estrela:
porque estou aqui?
porque vivo nesta casa?
quem é o responsável?
heim?
.................
The Fury of Sunsets
Something
cold is in the ai
an aura of ice
and phlegm.
All day I've built
a lifetime and now
the sun sinks to
undo it.
The horizon bleed
and sucks its thumb.
The little red thumb
goes out of sight.
And I wonder about
this lifetime with myself,
this dream I'm living.
I could eat the sky
like an apple
but I'd rather
ask the first star:
why am I here?
why do I live in this house?
who's responsible?
eh?
Tradução Ana Lúcia Franco
(extraído do livro The Complete Poems, Anne Sexton, Mariner Books)
Anne Sexton (Newton, 9 de novembro de 1928 — Weston, 4 de outubro de 1974) foi uma escritora americana conhecida por sua poesia confessional bastante pessoal. Ela venceu o Prêmio Pulitzer de poesia em 1967. Os temas de seus poemas incluem sua longa batalha contra a depressão, suas tendências suicidas e vários detalhes íntimos de sua vida privada, incluindo seu relacionamento com familiares. Após de várias tentativas, ela acabou tirando a própria vida em 1974.