Distopia
Soneto de Ana Lúcia Franco
POEMATERCEIRA EDIÇÃO
9/13/20251 min read
Meia noite na cidade cartão postal
rua deserta, mercado 24 hs, livraria!
templo a duas quadras, com pedestal.
Ele foi tomar café como quem partia.
Quis sumir: um ônibus, talvez metrô
para outra dimensão; tudo era agora
sem graça, cidade de aparência retrô:
pálidos reflexos do que já foi embora.
Na livraria, livro do poeta canastrão
no mercado: café aguado, sem gosto.
A rua sombria, lembra filme de ficção.
Realidade feita de IA parece distopia
nada soa verdadeiro, o ar é desgosto e
corpos inermes perambulam sem poesia.
Ana Lúcia Franco (2022) - Poema ganhador do prêmio de melhor soneto em 2022 pela CPLP, poesia avulsa.
Imagem de capa: Julen Luiz Luzuriaga